“É
tempo principalmente de fazer o elogio das virtudes masculinas que não se
adquirem nem passiva, nem facilmente, mas que se afirmam em termos de esforços
e exigências. Elas se chamam autodomínio, vontade de se superar, gosto pelo
risco e o desafio e resistência à opressão....são as condições da criação mas
também da dignidade. Pertencem a todo o ser humano da mesma forma que as
virtudes femininas. Essas conservam o mundo aquelas fazem recuar os limites.
Longe de serem incompatíveis elas são indissociáveis, para que se pretenda o
título de humano. Embora uma tradição milenar as tenha colocado em oposição
atribuindo-as a um ou a outro sexo tomamos pouco a pouco a consciência que umas
sem as outras acabariam se tornando um pesadelo: o autodomínio pode tornar-se
neurose, o gosto pelo risco tender ao suicídio a resistência pode
transformar-se em “agressão”. Inversamente as virtudes femininas tão celebradas
nos dias de hoje podem, se não forem temperadas pelas masculinas, conduzir à
passividade e à subordinação.”
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