segunda-feira, 10 de setembro de 2012

OSLER, WILLIAM (1849 - 1919):


Nasceu no Canadá. Aos 25 anos era professor de medicina. Tornou-se um dos celebres quatro doutores que revolucionaram a educação médica nos Estados Unidos da América.
Era o médico, o professor, o humanista, o escritor, o historiador, o filantropo, o amigo e companheiro de jovens e de velhos. O médico de quem todos queriam se aproximar e cuja simpatia pessoal e riqueza de conhecimentos clássicos e científicos resumiu para o Século XX tudo o que havia de mais nobre da larga tradição histórica da medicina.
Provavelmente não houve medico algum que fosse tão citado quanto ele. Era o médico mais eminente e de maior influencia de seu tempo e se fazia ser querido de tanta gente por suas qualidades pessoais. Entrava no quarto do enfermo com uma canção e um sorriso nos lábios, com um aspecto de alegria, com um nao-se-sabe-o-que de radioso, que já aliviava o paciente. Era aquele que amava seus semelhantes e por todos era querido.
“O que nos causa dano é o sentimento absurdo de falta de tempo, essa tensão que não nos deixa respirar, essa ansiedade de resultados, e essa ausência de harmonia e soltura interior.
A vida é feita de uma coisa atrás da outra: a vida é um hábito [ou um continuado].
A vida aparece em compartimentos do tamanho de um dia.
O que importa sobretudo não é deparar com o que vislumbra os olhos mas senão o que temos à mão. Olhe ao redor, nunca para o horizonte distante porque aí está o perigo. Não está aí a verdade senão as falsidades, as fraudes, as charlatanices, os fogos fátuos que tem enganado todas as gerações. Todos eles fazem sinais desde o horizonte e enganam os homens que não se contentam com mirar a felicidade e a verdade que vem a cair sob seus pés.
A concentração é uma arte que se vai adquirindo lentamente. Pouco a pouco se vai acostumando a mente aos hábitos de ingerir espaçadamente e digerir com cuidado, único meio para se livrar da dispepsia mental.
Estende-se a nossa volta um mundo promissor, que nos está endereçado e que nos convida a gozá-lo.
Supõe-se que um homem que tenha ocupado cargos de importância em quatro universidades, que tenha escrito um livro coroado de êxito, entre outras atividades, possua um cérebro de qualidade especial. Somente os amigos mais íntimos conhecem a verdade a respeito de mim, como a conheço eu! Meu cérebro, o digo de boa fé, é o mais mediano que existe. Mas então o que dizer das cadeiras universitárias e tudo o mais? Nada mais que hábito, caminho trilhado, resultado de uma vida quotidiana.”

Um comentário:

Nello Rangel disse...

Um bom sinônimo para hábito, tal como descrito por Osler, é disciplina.