I.22
A nós , nos cabe andar.
Mas o tempo, os seus passos,
são mínimos pedaços
do que há de ficar.
É perda pura
tudo o que é pressa;
só nos interessa
o que sempre dura.
Jovem, não há virtude
na velocidade
e no voo aonde for.
Tudo é quietude:
escuro e claridade,
livro e flor.
RILKE, Rainer Maria. "Sonette an Orpheus / Sonetos a Orfeu". Trad. por Augusto de Campos. In: CAMPOS, Augusto. Coisas e anjos de Rilke. São Paulo: Perspectiva, 2013.
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