O Mestre estava de bom humor; por isso os discípulos procuraram ouvir dele as etapas pelas quais passara em busca das coisas divinas .
— Primeiro Deus me conduziu pela mão — disse ele — para a Terra da Ação e lá morei por vários anos. Aí Ele voltou e me conduziu à Terra das Tristezas; lá vivi até que meu coração foi purificado de todo afeto desordenado. Foi aí que me encontrei na Terra do Amor cujas chamas flamejantes consumiram tudo o que me restava de individualidade em mim. Isso me levou à Terra do Silêncio, onde os mistérios da vida e da morte foram revelados diante de meus olhos.
—Foi essa a última etapa de sua busca? — perguntam eles.
—Não!—respondeu o Mestre.— Um dia, disse Deus:
‘Hoje eu te levarei ao mais recôndito santuário do Templo, ao coração do próprio Deus’. E fui conduzido à Terra do Riso.
(‘O ENÍGMA DO ILUMINADO’, DE ANTHONY DE MELLO, EDITORA LOYOLA)
‘Hoje eu te levarei ao mais recôndito santuário do Templo, ao coração do próprio Deus’. E fui conduzido à Terra do Riso.
(‘O ENÍGMA DO ILUMINADO’, DE ANTHONY DE MELLO, EDITORA LOYOLA)
2 comentários:
comentário do Ricardo Fenati:
Ei Nello, é mesmo real, eu penso, o que o texto sobre o caminho em direção às coisas divinas. Depois da ação, da hora da ação, sobrevém mesmo a hora da tristeza que parece decorrer do receio de nada enxergar além da ação, que, nesta hora, ficou para trás. E talvez seja a tristeza que pavimente o caminho para o amor, que é, não sei, a reconciliação com o universo. Daí para a frente ainda preciso ver.
Iluminadora sua reflexão, Ricardo. E para frente o mistério, depois do silêncio e da consciência da finitude, a terra do riso.
Será o riso a humilde aceitação da condição de humano?
humano, filho da terra, não divino, pois imperfeito, falho, mas, por isso mesmo, em aberto...
e o riso por ver como isso é belo?
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