domingo, 28 de abril de 2013

Elizabeth Badinter in "XY, Sobre a Identidade Masculina"



“É tempo principalmente de fazer o elogio das virtudes masculinas que não se adquirem nem passiva, nem facilmente, mas que se afirmam em termos de esforços e exigências. Elas se chamam autodomínio, vontade de se superar, gosto pelo risco e o desafio e resistência à opressão....são as condições da criação mas também da dignidade. Pertencem a todo o ser humano da mesma forma que as virtudes femininas. Essas conservam o mundo aquelas fazem recuar os limites. Longe de serem incompatíveis elas são indissociáveis, para que se pretenda o título de humano. Embora uma tradição milenar as tenha colocado em oposição atribuindo-as a um ou a outro sexo tomamos pouco a pouco a consciência que umas sem as outras acabariam se tornando um pesadelo: o autodomínio pode tornar-se neurose, o gosto pelo risco tender ao suicídio  a resistência pode transformar-se em “agressão”. Inversamente as virtudes femininas tão celebradas nos dias de hoje podem, se não forem temperadas pelas masculinas, conduzir à passividade e à subordinação.”

Nenhum comentário: