A noite foi muito legal. Combinaram de se ver de novo na sexta, os dois teriam uma semana bem puxada. Conversaram num clima ótimo todos os dias durante a semana. Na quinta, quando ele ligou a conversa já era outra:
- Foi bom mesmo você ter ligado. Preciso conversar com você.
O tom definitivamente não era bom. Na hora ele percebeu que já era. Combinaram um horário. Na sexta sentaram e ela começou:
- Sabe o que é? Sei lá... Acho que o que aconteceu entre nós não deveria ter acontecido.... Acho que foi um erro.... Não devíamos ter ficado juntos.... Acho que foi um engano...
E foi falando, falando... Ele permanecia em silêncio. Até que ela concluiu:
- .... Acho que eu não gosto de você...
Ele ficou em silêncio mais um pouco e disse:
- Eu gosto de laranja.
- Como?
- Eu gosto de laranja. Aí eu descasco, chupo e não gosto mais. A vontade passa.
- Mas...
- Eu nunca pensei que gostasse de você. Gostar, para mim, é pouco. E passa rápido. Eu percebia em nós uma afinidade, uns interesses comuns.... Eu achei mesmo que poderia te amar.
- !?... Mas, se é assim...
- Desculpe, mas acho que você não está entendendo. Agora quem não quer sou eu. Sinto, mas não quero me envolver com uma pessoa que uma hora quer, depois segue entusiasmada, toda feliz e, do nada, muda de opinião e acha que não gosta mais. Se orientar por gostar ou não é muito pouco. Eu gosto de laranja. E não trato pessoas assim. Não quero quem quer uma hora, depois avalia se não haveria algo melhor e já não quer mais. Quero quem me queira.
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