Salve mundo de amanhã
Que possuirás meus
ossos,
Fuzilarás talvez meus
sobrinhos:
Espero não te legar
filhos
Para massacrares na
guerra.
Os sem-trabalho vão
visitar o ditador,
Recebem presentes de
granadas.
Os banqueiros
protegidos
Por máscaras contra
gases asfixiantes
Montam guarda à porta
dos palácios.
Meu anjo da guarda não
aparece,
Os aviões inimigos
Estabelecem uma forte
cortina de cerração
Em trono do seu corpo.
Minha mãe num delírio
Sai do arco-íris
tocando piano
Que só eu escuto na
desordem geral.
A tarde nasce com
cuidados de manhã.
As órfãs vão passear
de uniforme na praia
Enquanto as filhas dos
capitalistas
Jogam bola diante
delas,
Deslizam na bicicleta,
Voam na lancha azul.
Os elementos não me
pertencem,
Não posso consolar
Nem ser consolado;
Não posso soprar em
ninguém
O espírito da vida
Nem ordenar o
crescimento das auroras
Nem oferecer uma
aurora boreal à minha amada
Nem mudar a direção do
olhar da amada,
Nem muda - ai de mim!
- a direção do mundo.
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