quarta-feira, 2 de maio de 2012

POESIA

Enfim, o que importa?
Saber em qual porta tentar?
Saber como continuar?
Cair, deitar, levantar?
Enfim, algo importa?
Topo, auge, ponta ou meta,
cima, baixo, melhor ou pior:
Algo me toca?
E então, porque tanto medo?
Se nada tem relevância,
se não se busca o aconchego?
Enfim, o que fica?
Se se pode morrer tão cedo,
se o tempo sempre marca e envelhece?

Na retina das lembranças se há amor
a saudade se distancia.
Se se morre cedo
Durante alguns anos aqui esteve
(nunca agradeci os dez anos que tive, sempre xinguei os setenta que me foram tomados).
E o tempo também nós trás uma sabedoria infantil
de não perder mais tempo
de se fazer o que gosta e por inteiro
de amar intensamente.

Está ao lado
de tão perto
singelo
ao alcance da mão
                basta pegar.

Belo Horizonte, 1-5-2012

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